Tenho falado sobre o votos por correspondência - em particular para argumentar que se nem isso conseguimos fazer bem, é fantasista acreditar que temos capacidade para montar um bom esquema de voto eletrónico.

Usei esse argumento recentemente, com exemplos do que correu mal em 2019. Mas em 2022 estamos a ter novas eleições, e é possível que esses problemas estejam já todos resolvidos... certo? Pois, eu também não acredito. Por isso, criei esta página onde planeio ir apontando coisas que me passam à frente dos olhos sobre como está a correr o voto por correspondência em 2022.

Votos por correspondência - 2022

• Votos vindos de Macau podem não chegar a tenpo (porque o limite do prazo de envio é muito próximo do limite do prazo de receção, ou porque a prioritização desta correspondência não foi assegurada);
• Há portugueses a residir em Espanha impedidos de votar porque não receberam boletim (com a Embaixada de Portugal em Madrid a dizer que a carta com o boletim encontra-se ainda em trânsito, no dia anterior ao prazo limite para o envio do voto);
• PSD apresenta protesto na CNE contra forma como correu eleição dos emigrantes (porque a Lei diz que é precisa de cópia do CC, partidos decidiram que não sem mudar a Lei, e ainda por cima pedir cópia do CC hoje em dia vai contra normas Europeias);
• Voto dos emigrantes: Instruções “incorretas” e atraso nos boletins podem favorecer abstenção (na repetição do voto no círculo da Europa, os problemas continuam);

Legislativas 2024

Apesar de inicialmente esta página se ter focado nas eleições de 2022, o cenário não mudou para 2024, a não ser na ainda maior vontade de alguns partidos de avançar para o voto electrónico... Mas em relação ao voto por correspondência, noticiou-se:

• Portugueses na Polónia e Bálticos apelam a um boicote ao voto postal: "Abuso na exposição dos dados" (porque o número do cartão do cidadão foi no exterior dos envelopes enviados aos eleitores);
• Estudantes Erasmus voltam a não conseguir votar: “Isto aumenta a abstenção” (porque o voto por correspondência só está disponível a quem tiver residência fixa num país estrangeiro);
• Voto por correspondência. Mais de 31 mil envelopes devolvidos (moradas erradas, desactualizadas e incompletas, ou falecimento do eleitor);
• Há portugueses que não conseguiram votar porque receberam boletim incompleto (boletins de voto incompletos ou cadernos eleitorais incompletos, falhas no processo de mudança de morada de recenseamento);

Falta aqui qualquer coisa?

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